Description
DIVINDADE (Jesus & Oxalá)
O sincretismo limitou a aproximação entre Jesus Cristo e Oxalá na
caracterização de representantes divinos na terra. Sendo Oxalá conhecido
como Orixalá, Obatalá, Oxalufã e Oxaguiã, e considerado o mais
importante dos orixás. Segundo a tradição Iorubá, o Orixá do poder
gerador masculino é Obatalá, o senhor da veste branca. É uma divindade
que se manifesta de duas formas: Oxalufã, comparado com o pôr do sol;
Oxaguiã, comparado ao nascer do sol, e seus símbolos são: bastão
(paxaró), pomba (iofá), olho de vidro (orunmilá). Chamado de Orixalá,
devido a influência muçulmana: Orixá-Alá. O sincretismo atribuiu a
trindade de Oxalá em: Obatalá como Deus-Pai, Oxalá com Jesus Cristo e
Ifá com o Espírito Santo, mas não há uma relação de comunhão entre
eles, como há na trindade da doutrina católica. Detentor de toda a
sabedoria é o responsável pelo “sopro da vida”, é o poder procriador
masculino. Já Jesus Cristo, sua história é importante em vários aspectos:
político, literário, psicológico, econômico – além do religioso, mas ao
mesmo tempo histórica e mítica. As primeiras fontes de informações
sobre Cristo são os quatro Evangelhos que relatam desde o seu
nascimento até sua morte. Jesus é a imagem central do Cristianismo, o
redentor da humanidade, a representação humana do pode gerador
masculino e compõe a trindade: Pai, Filho e Espirito Santo. Sua
iconografia centra-se em seu martírio – a crucificação que é o símbolo
máximo do cristianismo, a morte de Jesus Cristo pela salvação da
humanidade. O sincretismo ora é visto como a vivência em conjunto da
religiosidade africana e católica e ora como uma forma de adaptação do
preto à sociedade colonial católica dominante, como pode ser entendido
no caso de Oxalá e Jesus Cristo. Mas, um fato é certo, o sincretismo teve
forte contribuição à perpetuação de ambas religiosidades no imaginário
brasileiro.