CURA (São Lázaro & Omulu) A religião sempre foi um local para busca da cura às doenças da alma e do corpo, essa talvez seja a maior representação do sincretismo entre Omulu e São Lázaro, mas há ainda São Roque em localidades do sudeste e do sul brasileiro ligando-os ao Orixá da cura e da doenças. São Lázaro em sua iconografia o remete ao mendigo do Evangelho de São Lucas e não ao ressuscitado por Jesus no Livro de Jó: O manto significa a humildade e a pobreza. As muletas é sua fraqueza física que advém da miséria e das privações. Suas feridas são suas dores e sofrimentos. Os cães é a providência divina, que não o abandonava. Estar à beira do caminho é sua marginalidade, tais simbolismos o associam ao patrono das doenças e da cura. Omulu é filho de Nanã que, por sua vez, está relacionada com a morte, e Omolu, como seu filho, tem a responsabilidade sobre os ossos dos mortos. A presença de feridas divinas confere-lhe uma polaridade da doente e da cura. Suas feridas representadas pelas flores de pipoca que são utilizadas nos banhos de purificação. O Xaxará, vassoura feita de folhas de palma, para limpar as doenças do mundo. A veste de palha que cobre o rosto e o corpo cria uma barreira abrindo caminhos do imaginário coletivo. Omulu e São Lázaro, são aqui, sinônimos ao termo sincretismo a partir de um acúmulo de conhecimento simbólico e cultural. No Brasil, com a chegada dos povos pretos, originários de diversas regiões africanas, o sincretismo religioso iria se fortalecer e ampliar como é o caso de Omulu e São Lázaro por meio das simbologias compartilhadas.